quinta-feira, 14 de junho de 2007

Uma noite escura

Estamos redefinindo os paradigmas que orientam a conjuntura da vida para um novo contexto de felicidade. Não é um processo do idealismo histórico, mas uma escolha, onde cada indivíduo, na sua liberdade subjetiva, é interpelado a dar sua contribuição. Neste momento, a inércia nos move para o caos da existência. Por outro lado, a escolha consciente e responsável, num gesto de amor para com os semelhantes e a vida como um todo, nos conduz à dinâmica de uma harmonia pautada pela intersubjetividade-sensível-diálógica entre nosso ente e a realidade circundante. A sociabilidade é intrinseca a natureza humana. Não nos geramos por nós mesmos; não subsistimos por nós mesmos; nem chegaremos a um fim de ressurreição ou sobrevivência histórica por nós mesmos. Somos, inegavelmente, frutos de relações sociais. Fomos feitos a imagem e semelhança de Deus que é comunidade, una e trina, no amor. Nisto consiste a felicidade, na reorientação da vida para a plena e fraterna vivência das relações sociais. Não basta um sentimento de abertura ou piedosa complacência para com o novo que se gesta em condições reais de vida. É necessário mesmo o engajamento e a luta corajosa para revolucionar as instituições e colocá-las a serviço da vida. Não podemos negar a existência do desafio, contudo, não podemos deixar de perceber, também,um certo marasmo social. Que fazer??? Ora, precisamos, antes de tudo, perceber que nossas escolhas tem incidência direta sobre nossa vida e também in-diretamente sobre a vida do próximo. Dessa forma, creio que a afirmação Kantiana de fazer de nossas ações um imperativo universal pode ser o início de um caminho para transformações acertadas no âmago de nossas vidas e também no seio da sociedade como um todo. Só não podemos, nós cristãos, parar no Imperativo da lei. Precisamos, acima dos conceitos, perceber o ente humano como a finalidade de nossas ações. E, por isso mesmo, sobre o crivo da razão, colocar o amor. E, neste ponto, perceber que o sentimento que nos move para o agir fraterno e libertador, não é, sob hipótese alguma, de natureza particular. Mas, antes de qualquer percepção a posteriori, o amor, que tem sua fonte no eterno e sumamente bom, Deus, nosso pai, é, a-priori, por que Ele nos amou primeiro, de natureza universal. Portanto, o movimento de reorientaçõa da vida, expresso no início desse texto, é antes de tudo, um movimento de amor, que toca os indivíduos, a partir de suas escolhas, para a vivência de uma felicidade plena pautada pela solidária relação que brota da vida em comunidade. Amar ao próximo é amar ao semelhante, a si mesmo e ao próprio Deus. Pense nisso!!!! (Roberto Mesquita)

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